Capital de giro é essencial para a saúde financeira das empresas. Boa parte das empresas que enfrentam dificuldades financeiras negligenciou, em algum momento, a importância desse conceito fundamental.
O capital de giro garante, entre outras coisas, a sustentabilidade do empreendimento, possibilitando um equilíbrio nas contas.
A seguir, entenda de verdade o que é capital de giro, como calcular e qual é o valor ideal para a sua empresa.
Veja sobre o que trataremos neste post:
Capital de giro: o que é e qual a sua importância para a empresa?
Capital de giro é o valor que a empresa tem disponível para garantir a continuidade e sustentabilidade das suas operações. Ele inclui os recursos em caixa, contas a receber, valores em contas bancárias e qualquer ativo que possa ser rapidamente convertido em dinheiro para quitar dívidas e honrar compromissos.
Além de manter o equilíbrio financeiro da empresa, o capital de giro é fundamental para a realização de investimentos futuros de maneira inteligente, sem comprometer o orçamento.
No início das operações, o capital de giro é o investimento necessário para a empresa se sustentar durante os primeiros meses, até que comece a gerar lucros. Com o tempo, à medida que o negócio se estabiliza e gera lucro, o próprio capital de giro se torna uma fonte interna de financiamento.
Outra razão pela qual o capital de giro é vital é sua relevância para credores e investidores. Empresas com uma boa gestão de capital de giro demonstram estabilidade financeira, aumentando as chances de obter parcerias e financiamento.
Tipos de capital de giro
O que nem todo empreendedor sabe é que existem tipos diferentes de capital de giro, incluindo:
- Líquido: reúne os recursos que estão disponíveis para uso imediatamente se a empresa precisar fazer algum pagamento. O dinheiro em caixa, por exemplo, faz parte do capital de giro líquido. Entretanto, bens e imóveis que precisam ser vendidos para gerar liquidez, não estão inclusos.
- Negativo: não é um tipo de recurso, mas sim um sinal de alerta de que a empresa está gastando menos do que recebendo e o empreendedor precisa adotar medidas para reequilibrar as contas o mais rápido possível.
- Próprio: é dado pela diferença positiva entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja, todo o recurso que a empresa possui para arcar com suas contas sem a necessidade de recorrer a empréstimos e financiamentos. Indica que a saúde financeira está em dia.
- Associado a investimentos: é o capital do qual a empresa precisa dispor para cobrir seus investimentos, como, por exemplo, um financiamento para adquirir uma nova sede.
Cálculos de capital de giro
Agora que você já entendeu o que é o capital de giro e por que ele é tão importante, deve estar se perguntando como dimensionar a necessidade de capital de giro para a sua empresa, certo? Vamos aos cálculos!
A Necessidade de Capital de Giro (NCG) corresponde ao valor necessário para manter a sua empresa funcionando sem dívidas e sem precisar contar com empréstimos por um determinado período de tempo.
Ou seja, é o valor mínimo que o negócio precisa ter para sobreviver. E você pode descobrir qual é a NGC do seu empreendimento aplicando uma fórmula específica:
NGC = Prazos Médios de Recebimento – Prazos Médios de Pagamento
Em que:
- Prazos Médios de Recebimento: é o tempo decorrido entre o momento que você vende um produto e o momento em que recebe o valor. Por exemplo: se a empresa fez uma venda parcelada em duas vezes e sem entrada, vai receber 50% em 30 dias e 50% em 60 dias.
- Prazos Médios de Pagamento: esse dado é o contrário, ou seja, é o tempo decorrido entre o momento em que a empresa compra um item do seu fornecedor e o momento em que paga por ele.
Nesse cálculo, se os Prazos Médios de Pagamento forem menores que os de Recebimento, já é parte do trabalho para manter as contas em dia. Nesse cálculo, pode-se dizer que os clientes vão bancar a sobrevivência do seu negócio.
Existe outra fórmula possível para calcular a NGC:
NGC = Ativo Circulante Operacional – Passivo Circulante Operacional
Basicamente, é um cálculo da diferença entre tudo aquilo que a empresa tem e tudo aquilo que ela tem a pagar. Espera-se que o resultado seja um número positivo, porque isso vai indicar que os recursos da empresa são suficientes para pagar todas as suas despesas (folha de pagamento, custos fixos operacionais, fornecedores…) sem acumular dívidas e nem precisar solicitar crédito.
Como equilibrar as contas da empresa?
Equilibrar as contas, nesse contexto, pode ser entendido como manter o capital de giro sempre positivo. Para isso, é importante seguir algumas orientações:
- O empreendedor deve saber exatamente quais são as suas entradas e saídas. Esses dados devem estar organizados em planilhas, com montantes e prazos de recebimento e pagamento. Esse é o primeiro passo para o controle financeiro.
- As contas da empresa devem ser sempre separadas das contas pessoais do empreendedor, para não causar confusão alguma.
- Ao perceber que o negócio está com capital de giro negativo, mesmo que seja um número pequeno, entre em contato com os seus credores para negociar. Evite deixar que as dívidas simplesmente comecem a se acumular com as taxas de juros aumentando.
- Planeje cuidadosamente cada investimento e cada etapa de expansão da empresa para evitar o endividamento.
- Elabore um calendário financeiro com as datas de pagamento de todas as despesas. Isso vai evitar as multas e os juros por atrasos de pagamentos.
- Controle diariamente o seu fluxo de caixa.
- Invista na tecnologia: os softwares de gestão financeira organizam todos os dados e geram gráficos e relatórios que facilitam a visualização de todas as movimentações financeiras da empresa. Pode ser um bom ponto de partida para a tomada de decisões executivas.
Ampliando o capital de giro
Buscar reduzir os custos é uma medida eficiente para equilibrar as contas. Porém, é muito mais interessante que a empresa consiga aumentar o seu capital de giro, para poder planejar investimentos mais robustos e conquistar maior tranquilidade financeira.
Como ampliar o capital de giro próprio?
Para aumentar o montante de recursos da empresa, observe as seguintes práticas:
- Acompanhe com atenção as contas a receber, entrando em contato com os clientes devedores, propondo acordos para aqueles que sinalizam que não pretendem pagar. Muitas empresas simplesmente perdem de vista aquilo que está pendente a seu favor.
- Procure negociar com os fornecedores a possibilidade de parcelar o pagamento com condições atrativas, especialmente se os seus clientes também dividem os pagamentos deles.
- Lembre-se: produto parado é igual a capital de giro parado. Por isso, invista em uma gestão de estoques eficiente para ter mercadoria para atender às demandas dos clientes, mas sem elas ficarem acumuladas no armazenamento.
- Ofereça vantagens aos clientes para antecipar os recebíveis.
- Prepare seu time de vendas para maximizar a eficiência. Se a empresa tiver condições de atender um número maior de pessoas, busque-as!
Essas práticas vão manter o capital de giro saudável na empresa, desde que sejam internalizadas como parte da cultura institucional, e não apenas adotadas em momentos de instabilidade e preocupação.
Fontes de financiamento para capital de giro
As linhas de crédito não devem ser vistas como inimigas, especialmente quando não são uma solução buscada para “tapar buraco”. Optar por fontes de financiamento para incrementar o capital de giro, desde que essa estratégia seja bem planejada, pode ser uma boa alternativa. Saiba quais são as principais:
- Empréstimos: a empresa pode solicitar um empréstimo para aplicar no capital de giro, inclusive, para micro e pequenas empresas, muitas instituições financeiras oferecem condições especiais.
- Títulos negociáveis: é possível investir uma parte dos recursos da empresa em títulos líquidos de curto prazo que podem ser liquidados rapidamente.
- Debêntures: são títulos de dívida que a empresa também pode vender para obter um financiamento de capital de giro.
O dilema da liquidez X rentabilidade
Todo empreendedor enfrenta o dilema entre liquidez e rentabilidade em algum momento da sua trajetória. Geralmente, alta liquidez está associada a menor rentabilidade e vice-versa.
A chave é compreender a situação atual da empresa. Por exemplo, se a empresa está sobrecarregada com dívidas de juros altos, pode ser crucial priorizar a liquidez para quitar essas obrigações e restaurar o equilíbrio financeiro.
Por outro lado, se as finanças da empresa estão equilibradas e o objetivo é expandir o negócio, pode ser mais vantajoso focar na rentabilidade.
A verdade é que ao priorizar um desses aspectos, o outro será prejudicado. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo. O fundamental é planejar estrategicamente e identificar o que é mais importante para a empresa naquele momento, gerenciando adequadamente tanto a liquidez quanto a rentabilidade.
Manter um capital de giro saudável e equilibrado é essencial para que a empresa possa planejar seu crescimento com tranquilidade, evitando a constante sensação de “apagar incêndios”.
O que nós propomos para você
Entender e gerenciar bem o capital de giro é essencial para a saúde financeira do seu negócio.
Pensando nisso, reunimos alguns materiais exclusivos que irão ajudá-lo a compreender melhor este conceito e a aplicá-lo de forma eficiente na sua empresa.
Confira as dicas e ferramentas que preparamos para você!
01 – Vídeo 01 do Sebrae “Saiba mais sobre capital de giro”. Abrir uma empresa é o sonho de muitos. Mas, para manter o negócio funcionando, quitar as contas e as despesas, e ainda garantir o lucro bruto no final do mês, é preciso ter uma gestão financeira eficiente. E um dos caminhos é cuidar do capital de giro. Confira o vídeo!
02 – Vídeo 02 do Sebrae “Como definir o capital de giro da empresa” que fala da necessidade do capital de giro para financiar a continuidade das operações da empresa.
03 – Vídeo 03 do Blog Abrir Minha Empresa, “O Que é Capital de Giro (Como Fazer Sem Segredos)”, que fala da importância do capital de giro e que, sem ele, provavelmente sua empresa própria não terá sucesso. Por isso, não arrisque e aprenda agora com esse vídeo o que é capital de giro.
04 – Vídeo 04 do Sebrae, “CAPITAL DE GIRO da sua Empresa: O que é? Como gerenciar?” Entenda nesse vídeo como gerenciar o capital de giro e como fazer essa gestão na sua empresa.
05 – Ebook Sebrae “Problemas com capital de giro: o que fazer”
06 – Oficina Sebrae gratuita e online (via WhatsApp) para MEI, “Controlando minhas finanças”. A Oficina possui 6 horas de duração e tem como objetivo conscientizar o MEI quanto a importância de se realizar uma gestão correta e eficiente do seu negócio, capacitando-o em conceitos básicos e no manuseio de planilhas de gestão.
Conclusão
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