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Crises Empresariais: A importância dos aspectos comportamentais para a sobrevivência dos negócios

Os aspectos comportamentais em crises empresariais referem-se às características comportamentais dos colaboradores, como sua capacidade de lidar com mudanças, motivação, comunicação e liderança, que afetam o desempenho da organização durante períodos de dificuldades. Gerenciar esses aspectos é fundamental para lidar com a crise e garantir a recuperação da empresa.
Aspectos comportamentais em crises empresariais

Neste artigo, vamos explorar a importância dos aspectos comportamentais na gestão empresarial em situações de dificuldade, identificando as principais causas das crises empresariais, analisando o impacto do fator humano nesse processo e apresentando estratégias para criar um plano de ação eficiente que suporte a recuperação da empresa em crise.

Veja sobre o que trataremos neste post:

A gestão empresarial é um desafio constante, e em momentos de crises empresariais, esse desafio pode se tornar ainda mais complexo.

Quando uma organização enfrenta dificuldades, é natural que sejam realizadas análises financeiras e contábeis para identificar a origem dos problemas e buscar soluções.

No entanto, os aspectos comportamentais muitas vezes são negligenciados ou não recebem a devida atenção. Reorientar o curso de uma empresa em crise deve considerar o fator humano, antes de tudo.

Por isso, compreender alguns processos básicos do comportamento humano é fundamental para que a organização possa criar um plano de ação eficiente que apoie seu processo de mudança em momentos de crises empresariais.

Dificuldades enfrentadas pelas empresas em tempos de crise

As crises empresariais são momentos de dificuldades que afetam as organizações em diferentes graus, desde pequenas quedas nas vendas até situações de falência

Essas crises podem ser causadas por diversos fatores, como mudanças no mercado, problemas financeiros, falta de planejamento estratégico, entre outros.

Quando uma empresa enfrenta uma crise, as dificuldades se multiplicam e a pressão para tomar decisões certeiras aumenta. Por isso, é fundamental entender as dificuldades enfrentadas pelas empresas em tempos de crise para lidar com elas de forma eficaz e buscar a recuperação do negócio.

Aspectos comportamentais de um plano de turnaround

Compreender os aspectos comportamentais envolvidos em um plano de turnaround ou remodelagem é crucial para a recuperação da empresa em momentos de crise. Isso porque as mudanças necessárias para reverter a situação da empresa afetam diretamente o comportamento dos colaboradores e, consequentemente, o desempenho da organização como um todo. 

Desta forma, entender como os colaboradores reagem às mudanças, identificar os possíveis pontos de resistência e criar uma estratégia para envolvê-los e motivá-los é fundamental para o sucesso do plano de ação.

Além disso, a falta de comunicação adequada, liderança e motivação podem levar ao fracasso de um plano de turnaround ou remodelagem. Portanto, os aspectos comportamentais devem ser levados em consideração para que a empresa seja capaz de criar um plano de ação eficiente que apoie seu processo de mudança e garanta a recuperação do negócio.

Causas de crises empresariais

Existem diversas causas para as crises empresariais, que podem variar de acordo com o setor em que a empresa atua e sua forma de gestão. Algumas das principais causas incluem:

  1. Problemas financeiros, como dívidas, baixo fluxo de caixa, despesas excessivas e falta de investimentos adequados.
  2. Mudanças no mercado, como a entrada de novos concorrentes, mudanças na demanda dos clientes e avanços tecnológicos.
  3. Problemas na gestão, como falta de planejamento estratégico, tomada de decisões inadequadas, falta de liderança, gestão ineficiente de recursos e má gestão de riscos.
  4. Conflitos internos, como desentendimentos entre sócios, problemas com colaboradores e clima organizacional negativo.
  5. Problemas externos, como crises econômicas, desastres naturais e instabilidade política.

Essas são apenas algumas das principais causas de crises empresariais, e é importante destacar que cada caso é único e pode ser causado por diferentes fatores combinados.

Empresas que já passaram por crises empresariais

Existem muitas empresas que passaram por crises empresariais em diferentes setores e com causas específicas. Aqui estão alguns exemplos:

Kodak

A Kodak foi um gigante da fotografia, mas não conseguiu se adaptar às mudanças tecnológicas e perdeu espaço para empresas como a Canon e a Nikon. 

Neste sentido, a Kodak não investiu o suficiente em tecnologias digitais e ficou para trás na indústria de fotografia, levando a problemas financeiros e sua falência em 2012.

Blockbuster

A Blockbuster era a principal locadora de filmes nos anos 90, mas não conseguiu se adaptar às mudanças no mercado de aluguel de filmes, com a ascensão de empresas como a Netflix. A Blockbuster também falhou em investir em tecnologias digitais e acabou falindo em 2013.

Enron

A Enron era uma empresa de energia americana que cresceu rapidamente nos anos 90, mas acabou falindo em 2001 devido a uma série de escândalos financeiros. 

A empresa manipulou seus balanços contábeis e usou práticas contábeis enganosas para ocultar dívidas e inflar seus lucros, levando a problemas financeiros e à sua falência.

Volkswagen

A Volkswagen foi abalada pelo escândalo “Dieselgate” em 2015, quando foi descoberto que a empresa havia instalado dispositivos em seus carros para fraudar os testes de emissões de poluentes. O escândalo levou a multas milionárias e a uma queda nas vendas da empresa.

Nokia

A Nokia era líder em telefones celulares no início dos anos 2000, mas não conseguiu se adaptar às mudanças no mercado de smartphones. 

A empresa falhou em adotar o sistema operacional Android, que se tornou o padrão da indústria, e em investir em tecnologias de tela sensível ao toque, levando a problemas financeiros e à venda da divisão de telefones celulares para a Microsoft.

Tyco

A Tyco International, uma empresa de segurança e sistemas de alarme, foi alvo de um grande escândalo de fraude em 2002. O CEO da empresa, Dennis Kozlowski, foi condenado por fraude e lavagem de dinheiro.

WorldCom

A WorldCom foi uma das maiores empresas de telecomunicações dos Estados Unidos antes de ser revelado que a empresa havia inflado seus lucros em US$ 11 bilhões por meio de contabilidade fraudulenta. A empresa entrou em falência em 2002.

Uber

A Uber, empresa de transporte por aplicativo, enfrentou várias crises, incluindo acusações de assédio sexual, discriminação e falta de segurança. A empresa também enfrentou críticas por sua cultura corporativa tóxica e pelo tratamento de seus motoristas.

Esses são alguns exemplos de empresas que enfrentaram crises empresariais por diferentes motivos. É essencial que as empresas estejam preparadas para enfrentar crises e saibam lidar com elas de maneira eficaz para minimizar danos e se recuperar. 

Portanto, a habilidade de gerenciar crises pode ser fundamental para o sucesso das empresas a longo prazo.

Impacto do fator humano nas mudanças organizacionais

O fator humano tem um grande impacto nas mudanças organizacionais ou de turnaround, uma vez que os colaboradores são fundamentais para a implementação de qualquer plano de ação. 

Portanto, mudanças organizacionais podem afetar diretamente o comportamento dos colaboradores, e a falta de envolvimento, comunicação e liderança pode levar a resistência ou falha na implementação do plano.

Por outro lado, colaboradores motivados e comprometidos podem ser agentes de mudança e fazer a diferença na recuperação da empresa.

Neste sentido, a liderança eficaz, a comunicação clara e a motivação são fatores-chave para criar um ambiente propício para a mudança e garantir que os colaboradores estejam envolvidos e apoiando o plano de ação.

Além disso, a cultura organizacional e a forma como a empresa trata seus colaboradores também desempenham um papel importante nas mudanças organizacionais. Uma cultura que valoriza e incentiva a inovação, a colaboração e o crescimento pode ser um grande impulsionador da mudança e do sucesso.

Comportamento humano em momentos de crise

A identificação de processos básicos do comportamento humano é fundamental para a criação de um plano de ação eficaz que apoie o processo de mudança. Alguns processos básicos que devem ser considerados são:

  1. Resistência à mudança: A mudança pode gerar resistência nos colaboradores, que podem se sentir desconfortáveis com a incerteza e o desconhecido sendo, portanto, muito importante antecipar e gerenciar a resistência à mudança, explicando os seus motivos, os benefícios e o impacto na organização e nos colaboradores.

  2. Motivação: Os colaboradores devem estar motivados e comprometidos com a mudança. Assim, a liderança deve incentivar e reconhecer os esforços dos colaboradores, oferecendo feedback e recompensas.

  3. Comunicação eficaz: A liderança deve comunicar os objetivos da mudança, o papel dos colaboradores e o progresso da implementação do plano de ação. Além disso, a escuta ativa e a comunicação bidirecional devem ser incentivadas para envolver os colaboradores e identificar possíveis obstáculos.

  4. Gestão de mudanças: A gestão de mudanças é um processo sistemático que envolve a identificação e gerenciamento dos impactos da mudança nos colaboradores, processos e tecnologias da empresa. É importante ter um plano de gestão de mudanças que preveja e gerencie os riscos e minimize os impactos negativos da mudança.

Em resumo, a compreensão e gestão dos processos básicos do comportamento humano é fundamental para o sucesso da implementação do plano de ação e a recuperação da empresa em crises empresariais. 

Plano de ação

Um plano de ação eficiente para empresas em crise deve levar em consideração diversos fatores, desde a identificação das causas da crise até a implementação das ações necessárias para a recuperação da empresa. 

A seguir, apresentamos algumas medidas que podem ser adotadas em um plano de ação eficiente:

  1. Análise da situação: Identificar as causas da crise, analisar a situação financeira da empresa e avaliar as competências e recursos disponíveis para a implementação do plano de ação.

  2. Definição de objetivos e metas: Estabelecer objetivos claros e realistas para o plano de ação, definir metas a curto, médio e longo prazo e definir os indicadores de desempenho para medir o progresso.

  3. Redução de custos: Avaliar e cortar custos desnecessários, renegociar contratos e buscar alternativas mais econômicas para os processos e serviços.

  4. Reestruturação financeira: Renegociar dívidas, buscar financiamentos e investimentos para a recuperação da empresa.

  5. Inovação e desenvolvimento de novos produtos ou serviços: Identificar oportunidades de mercado, investir em inovação e desenvolver novos produtos ou serviços que possam gerar receita e impulsionar o crescimento.

  6. Motivação e envolvimento dos colaboradores: Envolver os colaboradores no processo de mudança, oferecer treinamentos e capacitação, reconhecer e incentivar o desempenho e a motivação dos colaboradores.

  7. Comunicação clara e eficaz: Comunicar de forma clara e transparente os objetivos e as metas do plano de ação, envolver os colaboradores e stakeholders na implementação e oferecer feedback constante sobre o progresso.

  8. Acompanhamento e ajustes: Acompanhar o progresso do plano de ação, medir os resultados e ajustar as estratégias conforme necessário.

Conclusão

Em resumo, crises empresariais podem ocorrer em qualquer organização e em qualquer setor, e é importante que as empresas estejam preparadas para enfrentá-las. A compreensão dos aspectos comportamentais envolvidos na gestão de crises pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso do negócio.

Um ponto crucial é a importância da comunicação clara e transparente, tanto com os funcionários como com os clientes e fornecedores. As empresas também devem estar dispostas a aprender com seus erros e implementar mudanças para evitar crises semelhantes no futuro.

Além disso, a liderança desempenha um papel fundamental na gestão de crises. É necessário que os líderes sejam capazes de manter a calma em situações de alta pressão, tomar decisões difíceis e inspirar confiança na equipe.

Por fim, é importante lembrar que as crises podem oferecer oportunidades para as empresas crescerem e se reinventarem. Ao lidar com as consequências de uma crise empresarial, as empresas podem descobrir novas maneiras de melhorar seus processos, aumentar a resiliência e fortalecer sua cultura organizacional.

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