Toda empresa, independentemente do seu porte, segmento de atuação ou atividade, gera resíduos. Pode ser em maior ou menor quantidade, mas em algum nível, sempre vai existir um impacto ambiental decorrente disso. É por isso que uma das responsabilidades do empreendedor é justamente garantir o bom gerenciamento desses resíduos, não apenas por se tratar de uma obrigação legal, mas também para garantir um empreendedorismo mais sustentável.
Veja sobre o que trataremos neste post:
O que são resíduos?
Para se implementar um bom plano de gerenciamento é importante que se saiba o que são os resíduos. É chamado de resíduo tudo aquilo que provém das atividades de indústrias, comércios, empresas e residências e que não pode ser aproveitado pelo ser humano. Portanto, é o material que vai ser descartado no ambiente e, se não tiver um descarte adequado, poderá contribuir com a sua contaminação.
O que são resíduos sólidos?
Quando se trata do gerenciamento de resíduos gerados pelas empresas, é bem comum ouvir falar em resíduos sólidos. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), enquadram-se nessa categoria “todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade”. Importante ressaltar que um resíduo não necessariamente é algo que não possui mais nenhum valor, ele apenas deixou de ter valor para quem o está descartando, mas ainda pode assumir novas funções.
Resíduos x rejeitos: entenda a diferença
Essa definição também é bastante importante. Basicamente, a diferença entre resíduos e rejeitos é que os rejeitos são materiais que já não podem mais ser aproveitados de nenhuma forma e em nenhum contexto. Ele não tem mais como ser reutilizado ou reciclado, por isso, seu descarte é mais “definitivo”. E isso precisa ser levado em consideração no momento de descartar, já que o rejeito vai ficar no ambiente até se decompor.
Tipos de resíduos sólidos
Os resíduos sólidos são classificados pela PNRS de acordo com a sua origem, características e propriedades. A importância de entender a categorização se deve ao fato de que ela é determinante para um plano de gerenciamento e descarte mais adequado, já que cada tipo de resíduo pode gerar um impacto ambiental diferente.
Sendo assim, os resíduos sólidos se dividem nos seguintes tipos:
Resíduos urbanos
São aqueles resíduos resultantes de atividades humanas em geral, que popularmente costumamos chamar de lixo. Subdividem-se em orgânico, metal, plástico, vidro e papel e, com exceção da matéria orgânica, o restante pode ser reciclado desde que sejam tomados os devidos cuidados no descarte.
Resíduos industriais
São provenientes de atividades industriais, como, por exemplo, borracha, metais, plásticos, solventes, produtos químicos. Eles podem ser classificados em três categorias de acordo com a NBR 10.004/04:
- Classe I – perigosos: apresentam alto risco tanto para o meio ambiente quanto para o ser humano, normalmente por serem resíduos tóxicos ou inflamáveis.
- Classe II – não inertes: são os resíduos biodegradáveis ou solúveis em água e, por conta dessas características, não apresentam perigo considerável.
- Classe III – inerte: são aqueles que não se decompõem facilmente quando entram em contato com o meio ambiente, por isso, não provocam alterações imediatas de ordem química, física ou biológica.
Resíduos de construção civil
Esse setor é responsável pela geração de uma grande quantidade de resíduos no mundo atual e que podem provocar grande impacto no meio ambiente, caso não sejam destinados de forma correta.
Esse grupo reúne todos os resíduos provenientes de obras de construção, reforma, reparo ou demolição. Inclui restos de concreto, tijolos, tintas, madeiras e outros materiais.
Resíduos de serviços de saúde
São gerados, em geral, por hospitais, clínicas médicas, odontológicas e veterinárias. Esse tipo de resíduo normalmente tem grandes chances de possuir agentes contaminantes biológicos, perigoso e prejudicial tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.
Os resíduos oriundos dos serviços de saúde podem ser gerados pelos seguintes tipos de atividades:
- Laboratórios de análises clínicas.
- Necrotérios.
- Funerárias e locais onde se embalsamam corpos.
- Serviços de medicina legal.
- Drogarias e farmácias, incluindo as farmácias de manipulação.
- Estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde.
- Centro de controle de zoonoses.
- Distribuidores de produtos farmacêuticos.
- Serviços de acupuntura.
- Serviços de tatuagem.
- Outros similares.
Resíduos agrícolas
Resultam das atividades agrícolas, como fertilizantes, adubos, ração de animais, esterco, restos não aproveitáveis de colheita e assim por diante. Quando não são descartados corretamente, têm grande potencial de entrarem em contato com rios e córregos, sendo levados para o meio ambiente e gerando grande contaminação.
Muitos produtores rurais acabam deixando esses resíduos no próprio terreno do cultivo, servindo como se fosse uma espécie de adubo. Entretanto, pode ocorrer riscos de incêndios na propriedade rural ao se deixar folhas secas espalhadas. Nestes casos, o ideal seria fazer um processo simples de compostagem orgânica para que houvesse maior aproveitamento dos elementos nutritivos.
Os 8 R’s do consumo consciente
Tanto pessoas quanto empresas devem praticar os princípios do consumo consciente. É urgente que essa postura seja adotada pelo maior número possível de indivíduos e entidades, para podermos reduzir os impactos e consequências da nossa sociedade no planeta.
Pensando nisso, vamos listar os 8 R’s do consumo consciente para que você possa conhecer e colocar em prática a partir de hoje mesmo!
- Refletir: você costuma pensar sobre os impactos que o seu consumo e o seu comportamento de maneira geral causam sobre o meio ambiente? Refletir sobre esse assunto é, sem dúvidas, o ponto de partida! Precisamos criar consciência a respeito do assunto.
- Reduzir: que tal reduzir o consumo? Você vai gerar menos lixo, economizar e ainda contribuir com a preservação dos nossos recursos naturais, como a água, por exemplo.
- Reutilizar: use seus produtos até o fim e quando eles terminarem, pense em dar uma nova utilidade para as embalagens. Você pode ter novos objetos sustentáveis e cheios de personalidade.
- Reciclar: quando não é mais possível reutilizar, faça o descarte correto dos seus resíduos, separando os materiais para que possam ser reciclados.
- Respeitar: o mesmo respeito que você tem com as pessoas, pode e deve dedicar ao meio ambiente. Afinal, ele é a sua casa!
- Reparar: ao quebrar ou danificar algum objeto, não pense imediatamente em substitui-lo, mas sim em reparar, consertar. Não é apenas o planeta que agradece, mas o seu bolso também.
- Responsabilizar-se: assuma a responsabilidade pelo impacto que você causa no planeta.
- Repassar: sempre que tiver acesso a informações sobre consumo consciente, lembre-se de que muitas pessoas não têm. Por isso, repasse-as para que sejam difundidas o máximo possível!
Os 8 R’s são fundamentais e, ao mesmo tempo, fáceis de serem incorporados ao dia a dia. Sem dúvida, vale a pena tentar.
Gestão de resíduos nas empresas
Nas empresas, a gestão de resíduos engloba todo o processo de destinar corretamente os resíduos que são gerados pelas atividades, planejando a sua coleta, armazenamento, transporte, tratamento e descarte final.
A Lei 12.305, de 2010, discorre sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e estabelece que os empreendedores têm a responsabilidade de minimizar a produção de rejeitos e destinar corretamente os resíduos, sob pena de ser responsabilizado caso não o faça.
Assim, as empresas que não investem na gestão de resíduos, podem descumprir a legislação e sofrerem as consequências disso, que vão desde a aplicação de multas até o indiciamento por crime ambiental. Além disso, o descarte irresponsável de resíduos pode causar contaminações significativas e irreversíveis no meio ambiente, inclusive, chegando a degradar ecossistemas inteiros.
Portanto, mais do que cumprir o que a legislação determina, a gestão de resíduos sólidos é um compromisso que a empresa assume com o planeta, de minimizar a sua interferência sobre eles.
Principais desafios para as pequenas empresas
Embora todos os empreendedores saibam que são responsáveis por gerenciar seus resíduos, nem sempre essa é uma tarefa fácil. Especialmente para as pequenas empresas, existem desafios consideráveis nesse processo que devem ser colocados em pauta e discutidos, como, por exemplo:
- A ausência de informações consistentes e claras sobre o que deve ser feito. Muitas vezes, o que está descrito na lei não está em uma linguagem compreensível para o empreendedor.
- Falta de engajamento dos próprios colaboradores.
- Custo elevado envolvido na elaboração e implementação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que deve ser planejado e assinado por um responsável técnico capacitado.
- Por não fazer parte do core business, a empresa tem dificuldade em direcionar pessoas para cuidar da gestão de resíduos.
Créditos de carbono
O protocolo de créditos de carbono surgiu com o Tratado de Kyoto, como alternativa para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. A cada tonelada de carbono que a empresa deixa de emitir, ela gera um crédito que pode ser movimentado no mercado de carbono.
Como implementar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos na sua empresa?
As empresas que geram resíduos sólidos devem ter um plano de gerenciamento, que consiste em um documento detalhando como será feito o seu descarte. Para implementar esse plano, é importante seguir algumas orientações:
- Identifique quais são os resíduos gerados pelo seu empreendimento e qual a classificação deles de acordo com a PNRS.
- Estime as quantidades de resíduos que serão gerados.
- Faça um levantamento desses resíduos não apenas de modo geral, mas de acordo com cada setor da empresa.
- Determine onde esse resíduo será armazenado até que seja transportado para o destino final.
- Defina em que momento o transporte vai acontecer (quando o armazenamento atingir “X” capacidade) e de que maneira.
- Defina quais serão as pessoas responsáveis pela gestão dos resíduos.
- Selecione uma empresa devidamente licenciada e especializada para cuidar do descarte final dos resíduos.
Mesmo para os empreendimentos que não são obrigados por lei a terem esse documento, ele é importante porque organiza e padroniza a gestão dos resíduos. Além de todos os benefícios que foram citados, esse tipo de preocupação agrega valor à imagem da empresa perante seus clientes, fornecedores, parceiros e outros stakeholders.
Quer melhorar a gestão de resíduos sólidos na sua empresa? Entre em contato com as empresas especializadas para lhe ajudar e veja a seguir o que preparamos para lhe ajudar a entender mais sobre o assunto e onde buscar ajuda adequada!
01 – Cartilha do Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas “Aproveitamento de Resíduos Agrícolas”. Na cartilha, você vai estudar sobre: destinação dos resíduos agrícolas, classificação da biomassa e processos de reaproveitamento.
02 – Cartilha do Centro Sebrae de Sustentabilidade intitulada “Gestão dos Resíduos Sólidos”. Essa cartilha orienta sobre o novo contexto no país, em que empresas e consumidores são igualmente responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos sólidos. Esta cartilha oferece o conhecimento necessário para a transformação dos pequenos negócios em direção ao novo contexto que já começou a se formar, em que empresas e consumidores são igualmente responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos sólidos.
03 – Cartilha do Centro Sebrae de Sustentabilidade intitulada “Gestão dos Resíduos Sólidos Alternativas para óleo, vidro e tecido”. Você vai lê sobre os seguintes temas na cartilha:
- Gestão de resíduos sólidos nas empresas.
- A reciclagem nas empresas.
- Logística reversa e acordos setoriais.
- Resíduos oleaginosos, têxteis e de vidro.
- Aproveitamento do óleo.
- Benefícios da reciclagem do óleo.
- Aproveitamento do vidro.
- Benefícios da reciclagem do vidro.
- Aproveitamento de resíduos têxteis.
- Benefícios da reciclagem dos resíduos têxteis.
04 – Consultoria do Sebraetec “Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos”. A consultoria visa auxiliar a empresa no atendimento à legislação e redução do impacto ambiental de suas atividades, no que diz respeito aos resíduos sólidos. Consulte a disponibilidade dessa consultoria no Sebrae do seu estado. O bom dessa consultoria, é que é subsidiada até 70% do valor! Mas só vale para as micro e pequenas empresas e os empreendedores individuais. Entre em contato pelo 0800 570 0800.
05 – Cartilha do Sebrae “Política Nacional de Resíduos Sólidos: O papel da sua empresa”. Na cartilha, você vai lê sobre: o que é a PNRS, classificação dos resíduos sólidos, logística reversa, priorização em ações, plano de gerenciamento de resíduos sólidos, oportunidades de investimento e, por último, benefícios ao empreendedor.
06 – Vídeo do Canal Info Sustentável “Resíduos Sólidos”. O vídeo aborda as seguintes questões: classificação, descarte, aterro sanitário, legislação e gerenciamento. Portanto, entender o que são os resíduos sólidos, como os mesmos devem ser gerenciados e descartados e, ainda, a legislação que trata desse assunto é algo fundamental.
07 – Vídeo do Canal Gleysson “O que é gestão e gerenciamento de resíduos sólidos?”. Nesse vídeo de 25 minutos, você assiste a uma aula completa sobre tudo o que envolve a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos.
