Neste artigo vamos falar sobre um tema importante e necessário para empresas em crise: o turnaround. Quando uma empresa enfrenta problemas financeiros, operacionais ou estratégicos, o processo de turnaround pode ser a solução para superar as dificuldades e retomar o crescimento.
O turnaround consiste em identificar os problemas da empresa, elaborar um plano de ação para solucioná-los e implementar as medidas necessárias para reestruturar a empresa.
Portanto, trata-se de um processo complexo e desafiador, mas que pode ser extremamente eficaz para empresas que estão em crise.
Nosso objetivo é fornecer informações e dicas úteis para empreendedores e gestores que estão enfrentando dificuldades em suas empresas e desejam superar a crise por meio do processo de turnaround.
Veja sobre o que trataremos neste post:
Neste artigo, vamos abordar as etapas essenciais para elaborar um plano de turnaround eficaz, incluindo a identificação dos problemas, elaboração do plano de ação, implementação e monitoramento dos resultados.
Além disso, vamos destacar a importância da ajuda especializada de consultoria externa para o sucesso do processo.
O que é o turnaround?
O turnaround é um processo de reestruturação empresarial que visa solucionar problemas financeiros, operacionais e estratégicos de uma empresa em crise.
Assim, é um processo que consiste em identificar os problemas da empresa, elaborar um plano de ação para solucioná-los e implementar as medidas necessárias para reorganizar a empresa.
Esse é um processo necessário quando a empresa enfrenta dificuldades que afetam sua saúde financeira, como queda nas vendas, problemas de gestão de caixa, aumento de dívidas, perda de mercado, entre outros. Quando a empresa não consegue superar esses problemas e sua situação financeira se agrava, é preciso agir rapidamente para evitar a falência.
O turnaround pode trazer diversos benefícios para a empresa, como a recuperação da saúde financeira, melhoria na gestão de processos, aumento da produtividade, reorganização da estrutura organizacional, atração de novos investidores e aumento da competitividade no mercado.
Além disso, o processo de reestruturação pode gerar uma mudança positiva na cultura da empresa, tornando-a mais ágil e adaptável às mudanças do mercado.
Identificação dos problemas
Esta é a primeira etapa do processo de turnaround, sendo crucial para que o plano de ação seja elaborado de forma eficaz.
Entretanto, para identificar os problemas, é necessário realizar uma análise da situação atual da empresa, identificando os problemas financeiros, operacionais e estratégicos que estão afetando sua saúde financeira.
Neste sentido, a análise da situação atual da empresa envolve a coleta e análise de dados financeiros, operacionais e estratégicos, como fluxo de caixa, balanços patrimoniais, demonstrativos de resultado, análise SWOT, entre outros.
Assim, essa análise permite entender a situação atual da empresa e identificar os problemas que estão afetando sua saúde financeira.
- Os problemas financeiros podem incluir falta de capital de giro, dívidas em excesso, dificuldades em gerir o caixa, aumento de despesas, entre outros.
- Já os problemas operacionais podem envolver baixa produtividade, problemas de qualidade, atrasos na entrega, entre outros.
- Os problemas estratégicos podem incluir falta de inovação, falta de adaptação às mudanças do mercado, falta de competitividade, entre outros.
Além de identificar os problemas, é importante avaliar os riscos e oportunidades envolvidos na situação atual da empresa, pois, isso permite que o plano de ação seja elaborado de forma mais precisa e eficaz, considerando as possíveis consequências de cada ação a ser tomada.
Elaboração do plano de ação
A etapa de elaboração do plano de ação consiste em definir as metas e objetivos a serem alcançados pela empresa, estabelecer as ações necessárias para solucionar os problemas identificados e avaliar a viabilidade do plano de ação.
O estabelecimento de metas e objetivos é importante para que a empresa possa visualizar claramente onde quer chegar e como vai alcançar seus objetivos.
Neste sentido, as metas e objetivos devem ser claros, mensuráveis e realistas, levando em consideração a situação atual da empresa e o mercado em que ela atua.
A definição das ações a serem tomadas para solucionar os problemas identificados deve ser detalhada e orientada pelos objetivos e metas estabelecidos. Essas ações devem ser específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazos definidos (metas SMART).
A avaliação da viabilidade do plano de ação envolve a análise da capacidade financeira, operacional e estratégica da empresa para implementar as ações previstas no plano. É importante que o plano seja realista e viável, levando em consideração a situação atual da empresa e seus recursos disponíveis.
Implementação do plano de ação
É nessa etapa em que as ações definidas anteriormente são colocadas em prática. Essa etapa envolve a seleção da equipe de trabalho, comunicação com os stakeholders e execução das ações definidas no plano.
- A seleção da equipe de trabalho é importante para garantir que as pessoas certas estejam envolvidas na implementação do plano. A equipe deve ser composta por profissionais competentes e engajados, que possam contribuir para a execução das ações previstas no plano de ação.
- A comunicação com os stakeholders é importante para que a empresa possa contar com o apoio e colaboração de parceiros, fornecedores, clientes, entre outros, sendo importante que a empresa informe os stakeholders sobre as ações que serão tomadas e os objetivos que serão alcançados com o processo de turnaround.
- A execução das ações definidas no plano é a etapa em que as ações são colocadas em prática. É importante que as ações sejam executadas dentro do prazo previsto, com qualidade e eficiência, para que os objetivos sejam alcançados. Nessa etapa, é fundamental que a empresa tenha uma gestão eficiente dos recursos financeiros e humanos, para garantir a eficácia do plano.
Durante a implementação do plano de ação, é importante que a empresa faça um acompanhamento constante do progresso das ações e faça ajustes necessários, caso seja necessário.
Assim, é importante que a empresa tenha flexibilidade e adaptabilidade para lidar com imprevistos e mudanças que possam surgir ao longo do processo de implementação.
Monitoramento e avaliação dos resultados
A etapa de monitoramento é fundamental no processo de turnaround, pois permite que a empresa acompanhe o progresso das ações e faça ajustes necessários, caso seja necessário.
Essa etapa envolve o acompanhamento da execução do plano de ação, a análise dos resultados obtidos e a identificação de desvios e correção de rumos.
- O acompanhamento da execução do plano de ação envolve o monitoramento das ações implementadas e o cumprimento dos prazos estabelecidos. É importante que a empresa tenha um sistema de monitoramento eficiente, que permita o acompanhamento constante do progresso das ações.
- A análise dos resultados obtidos é importante para avaliar a eficácia do processo de turnaround e identificar os resultados alcançados em relação aos objetivos estabelecidos. Essa análise deve ser orientada pelas metas e objetivos estabelecidos no plano de ação e deve considerar os indicadores de desempenho relevantes para a empresa.
- A identificação de desvios e correção de rumos é importante para que a empresa possa fazer ajustes necessários ao plano de ação, caso seja necessário. Para isso, é importante que a empresa tenha flexibilidade e adaptabilidade para lidar com mudanças e imprevistos que possam surgir durante a implementação do plano.
O monitoramento e avaliação dos resultados deve ser contínuo e realizado ao longo do processo de turnaround. Isso permite que a empresa tenha uma visão clara do progresso das ações e possa tomar decisões com base em dados e informações atualizadas.
Como contar com ajuda especializada?
Contar com ajuda especializada de consultoria externa é uma opção para as empresas que buscam implementar um processo de turnaround eficaz. A consultoria externa pode trazer diversos benefícios para a empresa, como:
Experiência e expertise em processos de turnaround: as consultorias externas possuem profissionais especializados em processos de reestruturação empresarial, com conhecimentos técnicos e experiência em implementar planos de ação eficazes.
Visão externa e imparcial: a consultoria externa traz uma visão externa e imparcial sobre a situação da empresa, o que pode ser útil na identificação de problemas e na elaboração de soluções.
Acesso a ferramentas e metodologias: as consultorias externas têm acesso a ferramentas e metodologias específicas para o processo de turnaround, o que pode ajudar na elaboração de um plano de ação eficaz e na execução das ações previstas.
Para escolher a consultoria ideal, é importante considerar alguns critérios, como:
Experiência em processos de turnaround: a consultoria deve ter experiência comprovada em processos de reestruturação empresarial, com casos de sucesso em processos semelhantes.
Conhecimento técnico: a consultoria deve ter profissionais com conhecimentos técnicos específicos para o processo de turnaround, como finanças, gestão de projetos, gestão de processos, entre outros.
Compatibilidade cultural: é importante que a consultoria tenha uma cultura compatível com a da empresa, para que a colaboração seja produtiva e eficiente.
Capacidade de comunicação e engajamento: a consultoria deve ter profissionais com capacidade de comunicação e engajamento, para que a implementação do plano de ação seja eficaz e as mudanças necessárias sejam aceitas e adotadas pela equipe.
Estudo de caso sobre turnaround
Existem diversas empresas que passaram por processos de turnaround e conseguiram superar momentos de crise.
Os exemplos a seguir, mostram que o processo de turnaround pode ser aplicado em empresas de diferentes setores e portes, desde que seja conduzido de maneira eficaz e com foco na solução dos problemas identificados.
Apple
Na década de 90 a Apple enfrentou uma crise financeira e perdeu a liderança do mercado de computadores pessoais. Steve Jobs, co-fundador da empresa, retornou ao comando em 1997 e iniciou um processo de reestruturação e inovação que levou a empresa ao sucesso que conhecemos hoje.
Jobs iniciou o processo de turnaround com a identificação dos problemas da empresa, que incluíam falta de inovação, baixa qualidade dos produtos e excesso de custos. Em seguida, elaborou um plano de ação que incluía a redução de custos, a melhoria na qualidade dos produtos e o lançamento de novos produtos inovadores.
A implementação do plano de ação incluiu:
- Seleção de uma equipe de trabalho competente e engajada.
- Comunicação com os stakeholders.
- Execução das ações previstas no plano.
O monitoramento e avaliação dos resultados foi contínuo, o que permitiu que a empresa fizesse ajustes necessários ao plano de ação ao longo do processo.
Hoje, a Apple é uma das empresas mais valiosas do mundo, líder de mercado em diversos segmentos, como smartphones, tablets e computadores pessoais. O processo de turnaround liderado por Steve Jobs é considerado um dos mais bem sucedidos da história empresarial.
Ford
Na década de 2000, a Ford enfrentava problemas financeiros e de qualidade dos produtos, além de uma forte concorrência de montadoras estrangeiras.
Alan Mulally assumiu o comando da empresa em 2006 e iniciou um processo de reestruturação que incluiu a redução de custos, o fechamento de fábricas e a melhoria na qualidade dos produtos.
Hoje, a Ford é uma das maiores montadoras do mundo.
IBM
Na década de 90, a IBM enfrentava problemas financeiros e de gestão que ameaçavam a sua sobrevivência.
Louis Gerstner assumiu o comando da empresa em 1993 e iniciou um processo de reestruturação que incluiu a mudança na cultura organizacional, a redução de custos e a aposta em novas tecnologias.
Hoje, a IBM é líder em diversos segmentos de tecnologia.
Lego
Na década de 2000, a Lego enfrentava problemas financeiros e de gestão que ameaçavam a sua sobrevivência.
Jørgen Vig Knudstorp assumiu o comando da empresa em 2004 e iniciou um processo de reestruturação que incluiu a redução de custos, a aposta em novos produtos e a expansão para novos mercados.
Hoje, a Lego é uma das maiores fabricantes de brinquedos do mundo.
Starbucks
A Starbucks enfrentava problemas de gestão e saturação do mercado na década de 1920 os quais levaram à queda nas vendas e no valor das ações.
Howard Schultz assumiu o comando da empresa em 2008 e iniciou um processo de reestruturação que incluiu a redução de custos, o fechamento de lojas não rentáveis e a aposta em novos produtos.
Desta forma, atualmente a Starbucks é uma das maiores redes de cafeterias do mundo!
Nokia
Na década de 2010, a Nokia enfrentava problemas financeiros e de competitividade no mercado de smartphones, que havia sido dominado pelo iPhone da Apple e pelos aparelhos com sistema Android do Google.
Desta forma, Stephen Elop assumiu o comando da empresa em 2010 e iniciou um processo de reestruturação que incluiu a aposta no sistema operacional Windows Phone, a parceria com a Microsoft e a venda da divisão de celulares para a Microsoft.
Atualmente, a Nokia se concentra em outras áreas de negócios, como redes de telecomunicações.
Conclusão
O processo de turnaround é fundamental para a sobrevivência das empresas em momentos de crise. A identificação dos problemas, a elaboração de um plano de ação, a implementação das ações previstas, o monitoramento e avaliação dos resultados e a possibilidade de contar com ajuda especializada são fatores que podem contribuir para o sucesso do processo.
O estudos de caso mostram que é possível superar momentos de crise e alcançar o sucesso por meio do processo de turnaround.
Entretanto, é importante que as empresas estejam atentas à sua situação atual e, caso seja necessário, busquem ajuda especializada para implementar um processo de reestruturação eficaz.